Quando inicia um relacionamento o amor começa a surgir, mas ele cresce aos poucos como a uma obra de arte muito frágil, moldada pelo casal a quatro mãos.
Imaginemos um vaso de argila que vai criando forma...
Cada ação provoca uma reação e assim a escultura desse amor vai surgindo, pode ser bela, elaborada e feita com esmero, ou pode ser disforme e relaxada.
É uma obra necessária para ambos, mesmo que eles não estejam prestando atenção, a argila para ser trabalhada continua girando, precisando de forma amparada pelas mãos, perfeita ou não, mas fica continuamente girando enquanto houver o relacionamento, e assim a obra do amor vai se desenhando.
Quando um homem e uma mulher resolvem iniciar um relacionamento e desejam que o amor seja o pilar de sustentação da relação será necessário ficarem atentos para não exagerarem na velocidade, ou na rigidez de opiniões e atitudes.
Existe aquela famosa frase:
“-Eu sou assim mesmo e ele(a) tem que me aceitar do jeito que sou, ou está fora.”
Essa afirmação nos leva a concluir que a pessoa que afirma isso está podando-se, não quer mudar, não quer melhorar e além de tudo o(a) outro(a) deve aceitá-lo(a) assim mesmo...Essa concepção acaba com a possibilidade do crescimento de ambos.
Muitas vezes este é o passaporte para a solidão, pode ser por orgulho, ou necessidade de auto-afirmação, ou feridas emocionais, etc. Enfim a pessoa criou um próprio paradigma.
É de causar pena quando ouvimos uma pessoa desistir do amor para não ter que mudar algo tão insignificante em sua vida, que não causaria futuras frustrações.
Estamos falando de pequenas mudanças, alguns velhos hábitos, que não servem para nada, com o intuito de melhorar, para que seja uma vida com maior qualidade.
Com certeza a falta de amor causa frustração!
Todo ser humano pode aprender com o comportamento, a vida é mutável, nós também somos mutáveis como a argila.
O medo de expor as emoções e de errar na escolha leva os homens e as mulheres para caminhos distintos, eles com os obstáculos pertinentes a visão masculina e elas conseqüentemente com a visão feminina.
Mulheres “tudo ou nada”:
A mulher que tem esse tipo de comportamento, muitas vezes, destrói qualquer possibilidade de contribuir para um relacionamento saudável de uma vida a dois.
Assim que conhece um pretendente já quer tudo às claras, assim, num piscar de olhos, exigindo e falando tudo de uma só vez.
Se o homem não estiver preparado para enfrentar toda esta franqueza, pior para ele.
Exigem o amor todo de uma vez. Querem saber de tudo antes de expor o coração. Não percebem que a argila precisa das quatro mãos para se ter bons resultados. Elas querem combinar tudo, aí pronto, está feito ou não.
Atitudes de franqueza, sinceridade e objetividade funcionam nos negócios e na vida profissional, mas ter esta visão rígida no início do relacionamento dificultará para encontrar um amor. Ela diz que prefere ficar só a ter que ceder ou agradar ao homem.
Esta mulher também precisa ser amada, a natureza clama por relacionar-se com um parceiro. A realidade é que por baixo desta casca dura, está escondida uma pessoa frágil com medo de amar, que usa como escudo a frieza na relação.
Ela deseja a intimidade emocional de um casal, porém não tem a paciência para “modelar o vaso”, quer que o homem venha pronto e de preferência com uma bola de cristal na mão para adivinhar tudo o que ela pensa, satisfazer todos os seus desejos e agir da forma que ela sonhava.
Infelizmente pode ser a crença nas estórias de príncipes e princesas que ouviram falar durante a infância.
Homens “tudo ou nada”.
Quando estão igualmente com medo de amar, desejam um relacionamento, mas querem uma companheira perfeita.
-“Se for pra amar tem que ser uma mulher perfeita.”
E além de perfeita ele deve reconhecê-la só de olhar. Não quer perder tempo com “o amassar do barro”, não quer construir algo mais profundo, acha que o relacionamento já vem pronto e é imutável. Ele não percebe a necessidade de se entregar à escultura desse amor, que é possível e preferível que se molde com afinco e harmonia.
Na primeira dificuldade do relacionamento esse homem tende a não agüentar a pressão e querer partir pra outra, sempre em dúvida sobre o que sente, se ele ama o suficiente ou se encontrará outra, porque essa – após conhecê-la melhor ele percebe ter defeitos também – então ele decide que quer ir a procura da “perfeita”.
Ao mesmo tempo em que está ávido por encontrar essa mulher de seus sonhos, mas para isso ele não pode ter pressa, assim entra em um ciclo que nunca sai. Cada vez mais rápido com a intenção de encontrá-la, mas para conferir o intento, ele precisa estar com os olhos abertos e reconhecer o seu par em uma mulher que de repente é perfeita para ele.
Pessoas perfeitas não existem, cada um com suas qualidades e inadequações.
A escolha é emocional, portanto só o convívio ajuda na decisão e a percepção do par.
Dica:
- Dê tempo ao tempo. Encontrem-se. Descubram-se cada vez mais, um pouco de cada vez. Construam aos poucos este vaso maravilhoso e único que enche a vida de cor.
O desenvolvimento do amor requer o convívio do namoro e estar aberto ao eterno aprender a refazer, para fazer melhor.
Na escultura do seu amor as mãos ficarão com a argila da vida presa por baixo das unhas. É o amor que vai se impregnando aos poucos. Moldando assim o amor em par.
O amor é real, a maravilhosa obra de arte ímpar da emoção.
André Carvalho e Roseli Sanches Carvalho