Amar-se é um pré-requisito para se encontrar e manter um relacionamento saudável, tendo a convicção de que merecemos ser amados. Amor por nós mesmos é um fator primordial em nossa existência como seres humanos, como afirma o psicanalista Guy Corneau, em seu livro: Será Que existe Amor Feliz? “Uma dimensão fundamental de nossa identidade e uma chave de seu desenvolvimento residem no amor que temos por nós”. A auto-estima é, aliás, um fator determinante de nossas relações afetivas. Atribuindo-nos mais valor, temos a possibilidade de evitar as relações de dependência nas quais buscamos o olhar do outro para termos o direito de existir. É importante aprender que o amor por nós mesmos e o amor pelo outro estão fortemente articulados um em relação ao outro. Os seres que amam a ponto de se perderem não se amam suficientemente. O outro extremo é o de se amar demais, achar que o mundo gira em torno de si, é um outro lado da moeda que causa uma opressão em outrem, que provavelmente vai estar com a auto-estima afetada por conseqüência da convivência. Uma identidade saudável repousa em uma auto-estima elevada. A confiança em nós, o valor que nos atribuímos, tudo está aí! O amor por nós mesmos permite que nos autorizemos a sermos autênticos, sem esperarmos pela aprovação dos outros, ficamos livres para procurarmos e experimentarmos o que nos atrai e nos dá prazer sem julgamentos. Em suma, a permitir-nos existir, respirar a vontade e tomar a posição de que temos necessidade para evoluirmos, respeitando, ao mesmo tempo, a posição dos outros. Enquanto não nos estimarmos suficientemente, não iremos procurar aquilo de que realmente temos a necessidade para crescermos positivamente e desenvolvermos nosso potencial. Infelizmente algumas pessoas acreditam que não merecem o melhor que a vida tem para oferecer, chegam mesmo a acreditar que não merecem existir ou que a vida não vale a pena ser vivida. Deixar de esperar a aprovação dos outros para ganhar auto-estima e apreciar a vida é, sem dúvida alguma, a revolução mais fundamental que pode afetar uma existência. É conhecido como o fenômeno da teoria existencial da mudança: ”EU NÃO MUDO TENTANDO SER ALGO QUE NÃO SOU. EU MUDO ESTANDO TOTALMENTE CIENTE DE COMO SOU”. Escolher viver, escolher amar, escolher celebrar a alegria de existir, tornar-se plenamente responsável por sua vitalidade e por sua própria felicidade, eis as posturas que, indubitavelmente, constituem os atos mais criadores que um indivíduo pode praticar.
Ame-se e permita ser amado.
André e Roseli Carvalho