Temos alguns mitos que nos orientam na escolha de um par, o padrão de beleza é um deles, influenciado pelos meios de comunicação que nos cercam massificando a moda, os costumes e o modelo de beleza, os padrões hollywoodianos são os bem cotados na busca. Nunca na história da humanidade a comunicação foi tão fácil e acessível, as tendências vão se unificando, essa facilidade gera a supervalorização do que é belo, em detrimento a todo o resto, criando uma "Ditadura da Beleza", onde quem não for belo está fora. A todo o momento em nossa vida tem algo nos lembrando do padrão, vendem a falsa sensação de só é feliz quem é belo, ou que tem dinheiro, ou os dois juntos. Mas a sensação de felicidade transmitida é apenas uma imagem para que continuemos a consumir, revistas e produtos para nos tornarmos belos, girando toda a roda e fortalecendo-a, pois, se fosse realmente assim a Adriane Galisteu, a Eliana, e outras belas e ricas não estariam sozinhas, sonhando com um par. Sempre terá uma nova modelo, com um novo namorado, formando um par bonito, rico e feliz. Todos paramos, assistimos e ficamos imaginando que esta realidade é a que queríamos para nossa vida, a história da revista, ou do filme com final feliz. Fica mais fácil sermos aceitos, admirados, invejados e respeitados pela sociedade. Parece ser mais fácil se relacionar com o que é bonito, mas esse exagero amassa e sufoca as emoções. Esse massacre de imagens leva a maioria das pessoas a projetar no seu futuro parceiro esse padrão de beleza e estilo, com isso aumenta a cada dia os níveis epidêmicos de solidão. Tem uma passagem no filme "Cold Mountain", uma moradora da pequena cidade fala para a personagem Ada (Nicole Kidman), uma mulher muito bonita e bem vestida: "agora ficou difícil para as mulheres do vilarejo, porque antes dela chegar na cidade, os homens dali tinham um outro padrão de beleza feminina". O filme se passa em 1864, ajudando-nos a perceber que formamos o padrão pelo que conhecemos como imagem. Essa tendência masculina de se sentir bem somente se a parceira tiver medidas, curvas e formosura, ou mesmo a tendência feminina de avaliar o homem pelo status, discutindo o estilo de vida, a roupa que usam, o carro que dirigem e o nível da renda, não levando em conta, que estes critérios não acrescentem coisa alguma na relação, acabam por trazer infelicidade e frustração.
A pessoa que namora e se relaciona somente sob esse prisma corre o risco de acabar em duas situações: perceber que não consegue ser feliz apenas por estar ao lado de uma pessoa bonita com um relacionamento superficial, ou que nunca encontrará alguém que seja a altura do sonhado Deus grego.
É necessário usar o coração e não apenas os olhos ou a ambição.
Se avaliarmos alguém somente pelo que os outros vão achar estaremos construindo um relacionamento frágil e com poucas chances de sobreviver por muito tempo. Precisamos perguntar a nós mesmos: Me sinto bem? Passo bons momentos ao lado do meu par? Posso dividir os meus medos e frustrações? Posso confiar? Podemos ser amantes, amigos e companheiros?
Acredite, o príncipe pode ser um sapo que precisa do amor para se transformar, porque o que conta é o companheirismo, a lealdade, o amigo de todas as horas, pois existe a confiança, a identificação com a chance real de um dia a dia feliz!
André e Roseli Carvalho.